Crescimento do mercado de beleza reflete mudança nos hábitos de consumo e maior preocupação com bem-estar e autoestima.
Nos últimos anos, os cuidados com a pele deixaram de ser vistos como vaidade ou luxo e passaram a ocupar um lugar fixo na rotina dos brasileiros. A popularização do skincare – termo em inglês que se refere à prática de cuidar da pele com produtos específicos – representa uma mudança cultural que envolve consumo, saúde, autoestima e até influência digital.
O movimento, impulsionado inicialmente por tendências internacionais, hoje já está consolidado no país. De adolescentes a pessoas mais velhas, homens e mulheres passaram a adotar rotinas diárias que incluem limpeza, hidratação, proteção solar e até tratamentos mais avançados. Para muitos, esse cuidado vai além da estética e se conecta com a ideia de autocuidado e bem-estar emocional.
Mercado em expansão

O Brasil está entre os maiores mercados de beleza e cuidados pessoais do mundo. O segmento de skincare, em especial, tem registrado crescimento expressivo, impulsionado pelo aumento da oferta de produtos, pela diversidade de marcas, incluindo nacionais, e pela presença digital de influenciadores que popularizam o tema.
A facilidade de comprar online também tem ampliado o acesso a dermocosméticos e itens especializados. Plataformas digitais e e-commerces investem em conteúdo educativo e promoções para atrair consumidores, especialmente durante datas sazonais como a Black Friday e o Dia do Consumidor, além de promoções pontuais, como um cupom da Beleza na Web já no ar no iOS ou Android para compras via mobile, por exemplo.
Influência das redes sociais
O papel das redes sociais no crescimento do skincare é inegável. Plataformas como Instagram, TikTok e YouTube abrigam uma infinidade de conteúdos dedicados ao tema, desde tutoriais de aplicação até análises de produtos e rotinas completas. Esses conteúdos contribuem para a formação de consumidores mais informados, que buscam entender a composição dos cosméticos e seus efeitos antes de adquirir um item.
Além disso, a linguagem acessível e a identificação com criadores de conteúdo ajudam a quebrar a ideia de que skincare é algo exclusivo ou elitizado. Hoje, há espaço para rotinas simples, com poucos passos e produtos acessíveis, e também para práticas mais elaboradas, com investimentos mais altos.
Novas prioridades do consumidor
O consumidor de beleza de hoje é mais atento e exigente. Além de buscar eficácia, há uma crescente preocupação com ingredientes, sustentabilidade e impacto ambiental. Isso tem levado marcas a reformularem seus portfólios, apostando em fórmulas “limpas”, embalagens recicláveis e transparência na comunicação.
Outra tendência relevante é o uso de tecnologia para personalização dos cuidados com a pele. Ferramentas digitais que avaliam o tipo de pele, apps de acompanhamento de rotina e até consultorias online têm ganhado espaço, oferecendo uma experiência mais individualizada.
Saúde e autoestima em foco
O crescimento da adesão ao skincare também está relacionado à conscientização sobre a importância da prevenção. O uso regular de protetor solar, por exemplo, reduz o risco de câncer de pele e previne o envelhecimento precoce. Já a hidratação adequada contribui para o equilíbrio da barreira cutânea, essencial para a saúde da pele.
Além dos benefícios físicos, há um aspecto emocional envolvido. Em tempos de estresse e sobrecarga, dedicar alguns minutos do dia para cuidar de si mesmo tornou-se uma forma de desacelerar. Nesse sentido, o skincare ocupa um lugar simbólico de reconexão e autoestima.
Um hábito que veio para ficar
O boom do skincare no Brasil não se resume à moda passageira. Trata-se de um comportamento enraizado que acompanha mudanças sociais mais amplas, como o aumento da valorização do autocuidado, o fortalecimento da economia digital e o protagonismo de consumidores mais informados e exigentes.
Com novas gerações crescendo já imersas nesse universo e uma indústria cada vez mais preparada para atendê-las, tudo indica que os cuidados com a pele continuarão fazendo parte da rotina, como um novo básico, acessível e valorizado.